quarta-feira, dezembro 20, 2006
Recomendação de leitura e Oficina
Aliás, ele oferecerá uma de suas "Oficinas da Imaginação" na Estação das Letras, agora, no início de janeiro. Eu estarei lá.
terça-feira, novembro 28, 2006
Outras realidades
Andei longe do blog, por outras atividades mais prementes. Outras realidades que exigiam minha presença, não desenvolvi, ainda, o dom da ubiqüidade.
No entanto, cheguei a uma conclusão importante, por mera observação empírica. Outras realidades têm direito à existência, e existem, de fato. Só que por serem outras, existem de maneira diferente da nossa. Uma delas é a realidade das criações artísticas. Um mundo onde as obras se sucedem, como as cidades, os mares e os acidentes geográficos em nosso planeta. Você pode andar por uma praia, de uma ilha, e encontrar Robinson tentanto arrastar uma enorme canoa para o mar. Avance mais um pouco e verá, ao longe, um cavaleiro bem magro, num cavalo derreado, seguidos por um escudeiro roliço. Cuidado com as grandes planícies, pois você pode ser atropelado por hordas de guerreiros de qualquer época, pois esse é um cenário recorrente de todos os períodos e universos. Imagine esse planeta, esse universo das obras literárias. Assim como o nosso, também infinito. Sabemos que jamais o percorreremos por inteiro.
O universo da literatura está em nossas mentes, coletivamente, comunica-se, interage. Numa concepção borgeana, existem lugares das obras escritas, das obras em andamento e do vir a ser. É uma realidade, diferente dessa física, mas que tem existência. Um mundo que se poderia chamar de platônico, por conceitual, mas não me agrada a idéia platônica de cópias imperfeitas. Criações imperfeitas, por incompletas, talvez. Assim como a nossa, essa outra realidade vive em mutação constante, mesmo quando se trata de obras supostamente acabadas. Um ponto final
pode facilmente se transformar em dois pontos, travessão, ou reticências. E o mundo se transforma novamente.
sexta-feira, agosto 25, 2006
A pequena leitora faz poesia sem perceber
A lua não está minguante,
Não está crescente,
Está sorridente! :-)
Carlos, Murilo e Pedro
- Carlos estaria lendo Robinson Crusoé, sentado sob uma mangueira.
- Murilo estaria arremessando pedras para o céu, na esperança de que se incendiassem e virassem novas estrelas.
- Pedro estaria observando-os atentamente, fixando o momento em sua memória, mas sem saber disso, naturalmente.
quarta-feira, agosto 23, 2006
A suprema interrupção
O link para a resenha sobre o Nava é:
http://tinyurl.com/elwtj
Mas vale dar uma boa lida no resto do jornal.
quinta-feira, agosto 17, 2006
O leitor escreve
O
Júlio
Júlio
O
"
Foram.
Rio , 15 de agosto de 2006
sexta-feira, julho 21, 2006
Os prêmios, Julio Cortázar
Abraços,
Daniel
Em busca da maternidade perdida
Resenha publicada no Globo, em 8/7/2006
O
No
A
O
Hilda Lucas, bahiana, radicada
quinta-feira, julho 13, 2006
As mil imagens da palavra
Quantas imagens cabem na palavra: amor?
Quantas imagens cabem na palavra: luz?
Quantas imagens cabem na palavra: vida?
Quantas palavras uma imagem impede de serem ditas?
domingo, julho 02, 2006
Voltando a ser resenhista
Escrever sobre livros e literatura gera um sentimento de plenitude e realização que nenhuma outra atividade provoca.
quinta-feira, junho 22, 2006
Frase perfeita de José Castello
Em: http://txt.estado.com.br/editorias/2006/06/18/cad-1.93.2.20060618.38.1.xml
terça-feira, maio 30, 2006
A história de Despereaux, Kate DiCamillo
Kate DiCamillo, com ilustrações de ilustrações de Timothy Basil Ering, tradução de Luzia Aparecida dos Santos, revisada por Monica Stahel. São Paulo, Editora Martins Fontes, 2005.
Título original: The Tale of Despereaux. ISBN: 85-336-2162-0
Esse é um livro que merece um lugarzinho especial na estante. Os Pequenos Leitores estão alfabetizados e começam a ter mais fôlego. O Pequeno Leitor tem demonstrando uma grande facilidade nesse terreno. Com dois meses de alfabetização, mostra-se ávido por letras, nada escapa ao seu ímpeto leitor. A história de Despereaux chegou à família como um presente para a Pequena Leitora. O livro está sendo lido aos pouquinhos, em leituras orais noturnas. No entanto, ontem ele demonstrou sua força.
Depois que a Pequena Leitora adormeceu, o que acontece bem rapidamente, em geral, basta uma página, o Pequeno Leitor quis continuar. Li mais três capítulos e disse que estava com sono. Mas ele quis continuar. Disse então que ele lesse por sua conta, pois eu ia dormir. E ele quis continuar. Não se fez de rogado e atracou-se com o livro. Alternou leitura em voz alta, murmurada e para si. Não queria largar a história do camundongo Despereaux. A leitura trôpega, sílaba a sílaba, palavras difíceis, quebras de palavras em quebras de linha. Nada o impediu. Quis ir para a minha cama, quis ir para a mesa onde A Leitora estudava, voltou para a minha cama. Os olhos ficaram vermelhos e lacrimejantes pelo esforço. Mas não se deteve. Foi preciso um ultimato, pois o dia seguinte começava cedo e era preciso dormir.
Acontece que o livrinho é sensacional. Fazia tempo que não encontrava um texto literário com tamanha pureza e profundidade. Uma profundidade singela, se é que isso é possível, e delicada. A autora está contando uma história e faz questão de deixar isso claro. Fala ao leitor o tempo todo. Um leitor que precisa ser instruído, mas que é capaz de aprender:
"(...)Você sabe o que significa empático?A jovem princesa chama-se Ervilha. A jovem e gorducha criada chama-se Migalha Sementeira. Existe um camundongo heróico, Despereaux, e um rato maldoso, Chiaroscuro, ou Roscuro. Além da delicadeza do estilo, até mesmo ao narrar mortes, acidentes e assassinatos, o que me agradou bastante foi o desenho dos personagens. Digo desenhos de propósito, pois ela revela as ambivalências dos sentimentos, os "mapas dos corações" com muita clareza. As ações do vilão, dessa forma, podem ser perdoadas, ou antes, compreendidas, pois a autora mostra que sua motivação é inocente, ainda que suas ações sejam condenáveis.
Pois vou lhe dizer. Ao ser levada para o calabouço, com uma faca enorme apontada para as costas, tentando manter a coragem, ainda assim a princesafoi capaz de pensar na pessoa que está segurando a faca.
Ela pensava: "Pobre mig, ela quer tanto ser princesa e acha que assim vai conseguir. Pobre Mig. Como será desejar alguma coisa tão desesperadamente?"
Isso, leitor, é empatia.
E agora você tem um pequeno mapa do coração da princesa (ódio, dor, gentileza, empatia), o coração que ela carregava ao descer a escada dourada, ao atravessar a cozinha e, finalmente, quando o céu lá fora começava a clarear, ao chegar à escuridão do calabouço com o rato e a criada"
Lembro dos estudos de teoria literária, em que havia uma classificação entre personagens planos e redondos. Os planos são aqueles personagens contínuos, que começam e terminam uma história com o mesmo caráter, que não trazem surpresas. Os redondos são personagens de várias faces, que se mostram conforme a luz incide sobre eles. Capazes de se transformar. O mergulho na luz e na escuridão dos personagens de Despereaux mostram o seu percurso interno de aprendizagem, de todos eles. O ambiente principal da história, um castelo dividido entre as luzes dos salões, a penumbra da cozinha e a escuridão do calabouço, é o cenário perfeito e didático para a representação dos movimentos dos personagens. A simetria entre Despereaux e Roscuro é interessante, pois, tanto a descida ao calabouço do camundongo, quanto a ascensão aos salões iluminados do rato acabam por aproximá-los e os antagonismos são desfeitos. Esse não é um final óbvio em um livro infanto-juvenil. Mas, não se trata de um livro óbvio. A felicidade do final não é do tipo "para sempre", mas sim uma situação de retorno a um equilíbrio não garantido.
Um último comentário. Despereaux salva-se da morte no calabouço por ter uma história para contar. E, como lhe diz o carcereiro, "Histórias são luz. A luz é preciosa num mundo tão escuro. Comece do começo, conte uma história para Gregório. Faça alguma luz."
Por que será que gostamos tanto de histórias?
domingo, maio 28, 2006
Registro de leituras
- A ocasião, Juan Jose Saer, li faz uns dois ou três meses. Ficou em cima da mesa, está me chamando, vou acabar comentando.
- Sailing Alone Around the World, Joshua Slocum
- Equador, Miguel Sousa Tavares. Leitura em voz alta em andamento noturno com A leitora, que é muito chegada aos romances históricos.
quinta-feira, abril 06, 2006
Afinal de contas...
(e
Evoé!
Outro do Paulo Henriques Britto, em Macau
"A
“A
O
é
E no
o
acaba interessando
se imaginou
de uma – digamos
quinta-feira, março 30, 2006
Um pulo no Afeganistão
O caçador de
Khaled Hosseini
Acho
Fica a
quarta-feira, março 22, 2006
na verdade, uma outra forma de vida
Paulo Henriques Britto, Macau, ed.
Há
e
essas
de
do
dizendo
quarta-feira, janeiro 18, 2006
O jogo da amarelinha - uma experiência radical de leitura (Uma despedida?)
Algumas
Nascido
O
A
Tenho