"Porque, naqueles séculos em que grande número de crianças morriam no berço e a metade das mulheres nos partos, aquela época em que as epidemias devastavam a maturidade, em que os ferimentos não se curavam senão raramente, em que as feridas não se fechavam, em que a Igreja ensinava a pensar sem repouso na morte, em que as imagens dos santuários mostravam vermes roendo cadáveres, e em que cada qual se sentia durante toda a sua vida, como que carregando a própria carcaça, a idéia de morte era habitual, familiar, natural. Ver um homem lançar o último suspiro não seria, como para nós, uma trágica advertência da ordem de nosso destino comum."
in O rei de ferro, Maurice Druon, tradução de Nair Lacerda, Difel. 1. volume de Os reis malditos.
É admirável pensar que Maurice Druon é também o autor de O menino do dedo verde, não?
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