terça-feira, julho 01, 2008

Estranhos mundos superpostos

Fala a narradora, a morte, logo nos primeiros parágrafos:
"[...] Basta dizer que, em algum ponto do tempo, eu me erguerei sobre você com toda a cordialidade possível. Sua alma estará em meus braços. Haverá uma cor pousada em meu ombro. E levarei você embora gentilmente."
De A menina que roubava livros, Marcus Zusak. Tradução de Vera Ribeiro. Ed. Intrínseca. ©2006
Fala o narrador, logo nos primeiros parágrafos:
"¿Qué ocurre cuando una vida se desvanece? Quizás otro color desciende sobre el mundo, y se agrega a la gran suma imperfecta y fluctuante."

De Una novela china, César Aira. Ed. Contemporánea. ©1987
Literatura é influência. E, como eu disse antes, existem outras realidades, a ficção se comunica ao longo de um mundo plano e horizontal, percorrido por leitores.  Caso contrário, como dois escritores tão distantes e díspares fariam a mesma associação entre morte e cor? Combinadas as palavras, temos corte.

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